Notícias

Notícias

Professor Octávio Mateus na Conferência de Natal do “Ciência Viva”

22-12-2015

Professor Octávio Mateus na Conferência de Natal do “Ciência Viva”

Foi a 21 de Dezembro que decorreu a quarta edição da Conferência de Natal organizada pelo “Ciência Viva”. O orador foi o Professor Octávio Mateus (FCT NOVA) que esteve “Na Peugada dos Dinossauros” no Teatro Dona Maria II.

Octávio Mateus falou sobre diversas espécies de dinossauros, mas o grande destaque foi para algumas das vinte espécies descobertas em Portugal. Estes, foram descobertos em rochas do mesozóico na zona do Cabo Espichel, Peniche e Lourinhã, onde ocorreu a maioria das descobertas, e Algarve.

Independentemente da escala do nosso país, somos das zonas do globo com mais variedades de dinossauros do mundo tais como o Lourinhasaurus Antunesi, o Torvosaurus Gurneyi, o Zby Atlanticus, o Lusotitan Atalaiensis, o Miragaia Longicollum e o Metoposaurus Algarvensis.

Foi igualmente mencionada a descoberta do Brontosaurus que, primeiro era tido como sendo igual ao Plotosaurus, mas que afinal se provou ser uma espécie diferente. Esta descoberta consubstanciou em 2015 a 12ª “top Science Story” e o 55º artigo científico mais influente do ano, o que é muito significativo tendo em consideração que anualmente são publicados mais de 1,5 milhões de artigos científicos.

Por último, o Professor Octávio Mateus relatou algumas das suas expedições em outras partes do mundo como nas florestas do Laos, no deserto de Gobi na Mongólia, na Gronelândia e em Angola.

 

As conferências de Natal Ciência Viva são organizadas em parceria com instituições científicas de referência, nacionais e estrangeiras e inspiradas nas Christmas Lectures do Royal Institution de Londres, criadas em 1825 por Michael Faraday, destinando-se a públicos de todas as idades.

 

Recentemente o Professor esteve envolvido num estudo que confirma a existência de duas espécies do Espinossauros de Marrocos.

O dinossauro predador Spinosaurus engolia peixes como os actuais pelicanos fazem. Esta é uma das conclusões de um estudo pela Universidade Nova de Lisboa. Ossos da mandíbula destes grandes dinossauros se alimentam de peixes conhecidos como espinossauros mostram que mandíbula destes animais abria lateralmente para melhor abranger a presa, de acordo com um artigo publicado na revista PLOS ONE, por Christophe Hendrickx e Octávio Mateus da Universidade Nova de Lisboa e Museu da Lourinhã, e Eric Buffetaut, de CNRS de Paris.

O estudo revela que o alargamento lateral da mandíbula inferior foi possível em Spinosaurus graças a uma articulação solta e móvel entre as partes esquerda e direita da mandíbula.

Os cientistas dizem que os ossos de vários crânios também mostram a presença de duas espécies de espinossauros no Cretácico de Marrocos, há cerca de cem milhões de anos atrás. A primeira espécie foi identificada pelos paleontólogos como Spinosaurus aegyptiacus, um dinossauro semi-aquático e um dos maiores predadores terrestres. "Esta linhagem de dinossauros predadores que levou ao Spinosaurus pode ser rastreada até ao período Jurássico, tendo, gradualmente, adaptado-se a um novo estilo de vida semi-aquático", disse Eric Buffetaut, um co-autor da publicação do CNRS em França.

Spinosaurus foi recentemente considerado como um animal quadrúpede com ossos densos e pernas curtas adaptadas à natação, com base em novos materiais fósseis da mesma região de Marrocos. Hendrickx e colegas, no entanto, mostram a presença de mais de uma espécie de espinossauros nesses depósitos e lançam dúvidas sobre a precisão da reconstrução de um Spinosaurus quadrúpede de pernas curtas, o que pode ter sido baseada em elementos de vários animais distintos. "Só a descoberta de fósseis adicionais de Marrocos poderá confirmar a nossa hipótese de a presença de mais de uma espécie de espinossauros no Cretácico Superior do Norte de África", concluiu Hendrickx.