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A NOVA FCT como motor de desenvolvimento e transformação urbana

Fátima Silva

 

 

O Almada Innovation District, lançado em 2021, prevê a NOVA FCT como o ponto central de uma nova cidade global onde se conjugará um estilo de vida único e sustentável numa nova geografia de inovação e de conhecimento tecnológico. O projeto coloca o conhecimento, o talento qualificado e a inovação como motor de desenvolvimento e transformação urbana. 

Bruno Mota Martinho, Diretor Executivo responsável pelo Almada Innovation District +NOVA da NOVA FCT, revela o ponto de situação do projeto.

 

 

Depois da apresentação do Innovation District – que teve bastante destaque –, o tema parece ter saído do foco mediático. Em que estado se encontra agora o projeto?

O processo de planeamento e concretização do nosso Almada Innovation District (Almada ID) está em curso, como sempre esteve desde a sua apresentação. É apenas natural que uma iniciativa com este fôlego territorial – quase 420 hectares – e a ambição de criar o que será, de facto, uma nova “cidade universitária”, tenha de cumprir várias etapas com diversos níveis de complexidade e diferentes momentos de conclusão, e que nem todas sejam, nesta fase, beneficiárias de especial atenção pública.

É útil recordar que o Almada ID é uma iniciativa de planeamento, de programação e de alinhamento entre vários atores institucionais, económicos e territoriais com presença nesta região, cuja concretização requer estreita concertação entre parceiros, e destes com o Município e com outras entidades públicas competentes – a qual tem vindo a ser assegurada de forma sucessiva e com grande utilidade, nos tempos e com os
requisitos aplicáveis.

Um exemplo capital desta obrigação de conformidade com as entidades públicas, e simultaneamente da necessidade da intervenção destas, é a revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) – neste caso de Almada –, cuja conclusão é condição fundamental para a aceleração definitiva do Innovation District, e que por isso esperamos possa acontecer tão cedo quanto possível.

Enquanto isso, todos os associados, incluindo os institucionais de referência – NOVA FCT, Egas Moniz, e Santa Casa Misericórdia de Almada – têm avançado com os seus próprios projetos e operações, a que se juntará o Município com o planeamento e a execução futura de espaços públicos, equipamentos e rede de mobilidade, na certeza de que o Almada ID é o somatório de todas estas iniciativas que se complementam e valorizam mutuamente, dando concretização a uma estratégia unificada de desenvolvimento conjunto e integrado.

Desde logo, uma vantagem importante desta diversidade de parceiros institucionais e empresariais é que todos, por serem fundamentalmente distintos na sua natureza, na sua vocação, e nos seus objetivos, trarão para este espaço alargado de intervenção projetos e ofertas também variados, criando o combinado de usos e de funções que caracterizam a cidade universitária que aqui queremos criar.

O Almada ID faz-se acompanhar da divisa work, live, play, care. E com efeito, do somatório de projetos em preparação ou em curso, conseguimos antecipar o surgimento de todas as condições para podermos afirmar o “trabalhar, viver e cuidar” nesta comunidade próxima e partilhada, a saber: mais espaço académico e de ciência, zonas habitacionais para vários públicos e mercados, espaços para escritórios e serviços, áreas de retalho para diferentes tipologias, equipamentos desportivos e de lazer, escolas públicas e privadas, projetos e equipamentos sociais, equipamentos de saúde, infraestruturas de mobilidade suave e pesada, e espaços verdes e de valorização ambiental.

No final, o que teremos será o desenvolvimento pleno desta parte do concelho de Almada, transformada então numa nova centralidade regional extraordinariamente localizada, a partir de uma malha e escala mais próprias de “centro de cidade”, e com os usos e funções urbanas adequados ao espaço, às comunidades académicas (NOVA FCT, Egas Moniz e outras), às populações locais, e aos agentes económicos.

Sendo ainda mais simples e direto: o que teremos é o que podemos e devemos esperar de uma cidade universitária moderna, conectada, com boa qualidade de vida e de trabalho, e com todos os recursos e serviços necessários facilmente acessíveis.

Finalmente, importa relembrar que o Almada Innovation District encontra a sua base institucional numa associação de proprietários atualmente presidida pela Universidade NOVA. 

Qual a ligação da Escola a este projeto?

A Universidade está, com o Município, na origem do próprio Almada Innovation District. Nesse momento original, o Almada ID surgia como um instrumento de planeamento e criação da cidade para a qual o Campus poderia, no futuro, vir a “abrir muros”. Serviria também como acelerador do impacto da NOVA FCT na sua envolvente, e da colocação deste território ao serviço do próprio desenvolvimento e expansão do Campus. Este programa evoluiu, logo de seguida, para integrar os estratégicos para esta região, no sentido de assegurar um desenvolvimento ainda mais coerente, coeso e integrado deste espaço.

Acresce que a NOVA FCT e a NOVA no seu conjunto operam como agentes naturais de iniciativa e de dinamização do Almada ID, sendo também evidente que o Campus da NOVA FCT e a comunidade académica que nele se instala funcionam como o principal polo e referência para a atração de investimento para esta geografia.

Consequentemente, podemos afirmar que a NOVA FCT é a âncora do Almada Innovation District, e o ponto central a partir do qual este evoluirá, sendo por isso decisivo, também, em todo o processo de planeamento estratégico, económico e urbanístico para esta região.
A Escola é, desde o início, central e necessária ao projeto do Almada ID, e contamos que venha a ser uma das suas grandes beneficiárias.

Já há resultados do projeto?

Sim! Efetivamente são vários os exemplos de concretização antecipada do Almada.ID, designadamente na forma de projetos já construídos ou em construção, e que contribuem no processo da sua concretização sucessiva com autonomia das partes e das operações. Nomeadamente, o LIDL e o complexo de Padel já presentes e a funcionar no Campus da NOVA FCT, são os primeiros exemplos de operações simultaneamente aptas a servir a comunidade académica e a região envolvente, no espírito e em benefício desta estratégia conjunta para uma nova cidade universitária na Caparica. Em paralelo, nas imediações do Campus e no perímetro do Almada.ID estão já em construção, ou em vias de começar, várias outras obras e projetos que ocuparão o seu lugar neste mosaico de usos que em conjunto responderá ao work, live, play, care, que orienta o desenvolvimento deste território.

Muito está já a ser feito e muito mais está atualmente em preparação e a cumprir os necessários passos que antecedem a sua concretização, com resultados que esperamos ver nos próximos meses, mas que se prolongarão certamente por vários anos.

Noutra frente de resultados, embora com utilidade mais instrumental, tem também sido muito evidente a forma como a existência de uma visão integrada para esta grande parcela do concelho de Almada, acrescida da parceria entre os vários agentes territoriais locais, tem contribuído para a mobilização do interesse de investidores e de operadores económicos essenciais para a concretização, viabilização e sustentabilidade futura do Almada ID, e simultaneamente das operações e projetos que cada promotor se encontra a desenvolver, o que nos oferece conforto e com que nos congratulamos.

O que é que a comunidade da NOVA FCT pode esperar do Innovation District?

Focando-me nas pessoas que formam essa comunidade, o Almada ID dever-lhes-á permitir o acesso, neste perímetro envolvente do Campus, de forma tão rápida quanto possível, e de modo crescente até à sua concretização total, às principais funções urbanas e usos de que possam necessitar na sua vida quotidiana. A disponibilizar numa nova “cidade universitária” amplamente servida de mobilidade interna e ligada com o seu exterior, e dotada dos serviços e amenidades modernos próprios deste tipos de zonas, incluindo usos mistos abrangentes, designadamente na forma de habitação, comércio e serviços, espaços públicos de qualidade, equipamentos e infraestruturas, em linha e com o racional que já referimos.

Com o tempo, e na conclusão deste processo de criação da cidade em redor do Campus, este poderá também abrir-se ao exterior de forma mais evidente, estruturada e útil, sem deixar de manter toda a sua matriz identitária, autonomia funcional e segurança, mas passando a oferecer um acesso mais franco àqueles usos e amenidades externos, e reciprocamente da comunidade às funções e atividades instaladas no Campus, sejam académicas, económicas ou outras já presentes ou a acolher no futuro.

Abril  2024