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Glooma: Inovação ao serviço da saúde

A NOVA FCT tem sido um verdadeiro laboratório onde fervilham hipóteses, se equacionam variáveis e se incubam projetos diferenciadores. É caso para dizer que uma formação sólida, uma boa ideia e uma equipa multidisciplinar, dão origem a feitos extraordinários. O antigo aluno de Engenharia Biomédica da NOVA FCT, Francisco Nogueira, é um exemplo desta filosofia que a Escola tem vindo a desenvolver junto dos seus estudantes.
O alumnus é um dos fundadores da Glooma, que recebeu recentemente o selo NOVA Spin-off.

A empresa comercializa a SenseGlove, um dispositivo doméstico e portátil que pretende ajudar no diagnóstico precoce do cancro da mama. Este é um dos tipos de cancro mais comum entre as mulheres (nos homens a percentagem é de 1%) e corresponde, presentemente, à primeira causa de morte por cancro, na mulher.

Quisemos saber mais sobre o antigo aluno e qual tem sido o caminho desta empresa, que já está a comercializar a SenseGlove – uma aliada do autoexame mamário.

Em 2017, enquanto nosso aluno, já apresentava o projeto Glooma no âmbito da cadeira de Empreendedorismo, incluída no Perfil Curricular da NOVA FCT. Fale-nos um pouco sobre a origem, criação e objetivos da empresa.

Aproveitei a equipa multidisciplinar que a cadeira de empreendedorismo propiciava para desenvolver uma ideia que tive quando fui confrontado com uma história de cancro na família. Este caso, que foi diagnosticado tardiamente, levou-me a trabalhar num dispositivo que ajudasse na deteção precoce. Com este projeto, passo a passo, cheguei ao momento em que surge a possibilidade de criar a start-up, em conjunto com Frederico Stock, com o objetivo tornar o produto escalável e disponível para toda a população feminina com mais de 25 anos ou com risco de cancro mamário. É nossa missão consciencializar sobre a importância da prevenção do cancro da mama sempre com o intuito de evitar tratamentos mais agressivos, cirurgias mutilantes e, em última instância, a morte.

Em 2021, dávamos conta que a luva estava em fase de protótipo, e que a empresa já aceitava pré-reservas. Em 2024, em que fase se encontra?

Neste momento estamos em fase de pré-venda da SenseGlove, uma luva sensorial que através de uma aplicação móvel permite o rastreio doméstico e portátil do tecido mamário, utilizando algoritmos de machine learning para complementar o autoexame mamário e detetar precocemente alterações potencialmente preocupantes. O passo seguinte é alargarmos para o mercado americano.

Como tem sido o recrutamento de investimento?

Temos angariado bastante interesse a nível nacional. Portugal Ventures, Banco Português de Fomento, Clube de Business Angels de Lisboa e ainda 2 Business Angels (independentes) portugueses, são alguns dos nossos investidores nacionais. Aliás o Banco de Fomento investiu em dezembro do ano passado 233 mil euros no nosso projeto, fechando assim a nossa pre-seed round de 483 mil euros. Agora estamos a procurar investimento no mercado americano, onde nos queremos estabelecer.

É difícil comercializar um equipamento desta natureza?
Acho que o complicado é fazer com que o equipamento exista. Tem sido um processo moroso, mas entusiasmante e a verdade é que estamos já na fase de pré-venda. Foram precisos dois anos para chegarmos aqui. Os investidores ficam entusiasmados com o nosso projeto e temos sido agraciados com diversos prémios que indicam que o difícil é mesmo a criação do equipamento. O mercado precisa e estamos a trabalhar para garantir essa resposta.

Que leitura faz do impulso da NOVA FCT na capacitação dos estudantes para a apresentação de soluções inovadoras para a saúde?
Os conhecimentos que adquiri ao longo do meu curso de Engenharia Biomédica na NOVA FCT, nomeadamente de eletrónica e instrumentação, foram fundamentais para começar a desenvolver os protótipos e dar início a este projeto. Sinto que a Escola proporciona espaço para os estudantes ousarem, serem inovadores e empreendedores.

Aos estudantes da NOVA FCT que conselhos daria quando são desafiados a apresentar soluções inovadoras e de impacto na sociedade?

Diria que estão num dos campus que mais privilegia a interação disciplinar, num cruzar de áreas distintas, mas com objetivos comuns, e que devem aproveitar essa valência da Escola. Aprender e trabalhar com professores, investigadores e colegas num ambiente de proximidade e entreajuda é uma mais-valia que dificilmente encontram noutra Faculdade.

Fevereiro 2024