por Carla Quintão,
Subdiretora para o Conselho Pedagógico
Falar de saúde mental tornou-se essencial nos dias de hoje. Frequentemente ouvimos falar de depressão, ansiedade, dificuldades de concentração, intolerância e comportamentos agressivos e autodestrutivos. Alguns estudos apontam como causas a pandemia, que nos tornou mais ansiosos e nos limitou as interações; ambientes cada vez mais competitivos; um dia-a-dia repetitivo, acelerado e sedentário. Problemas que afetam toda a sociedade, mas em particular os jovens cujas competências interpessoais se encontram em desenvolvimento. É neste contexto que a NOVA FCT tem dedicado particular atenção às questões de saúde mental, qualidade de vida e bem-estar.
O Gabinete de Apoio Psicológico e Aconselhamento Vocacional, fazendo jus ao epíteto de ser o primeiro gabinete universitário de psicologia a surgir no nosso país, é, neste momento, aquele que, quando comparado com as suas congéneres, tem um maior número de profissionais, num total de cinco, com uma vasta e diversificada experiência nas mais modernas abordagens relacionadas com a saúde mental de jovens adultos. Será importante salientar que este gabinete instruiu, nos dois anos letivos transatos, respetivamente, 25 e 36 processos relativamente a estudantes com necessidade educativas especiais ou específicas, e que neste ano letivo já atingiu o número de 24 casos. É também muito significativo o total de estudantes que a nossa equipa de psicólogos acompanha regularmente, uma média anual de 300, e as iniciativas que mantém ao longo do tempo, com o objetivo de promover o equilíbrio emocional e a tranquilidade de toda a comunidade da NOVA FCT.
Na verdade, o nosso compromisso futuro é o de, mantendo o apoio psicológico, quer seja pontual ou regular, aos estudantes que dele necessitem, atuar, cada vez mais, na prevenção. Sabe-se que algumas das principais preocupações dos jovens universitários, e que os podem conduzir a estados mais ou menos profundos de ansiedade e depressão, prendem-se com a pressão das avaliações e o consequente medo de falhar, o confronto com a frustração e a ansiedade do desconhecido, nomeadamente, com os desafios do mercado de trabalho que enfrentarão. Pretendemos, assim, colocar em prática um conjunto de iniciativas, algumas das quais tiveram já lugar na Semana da Saúde Mental e Bem-Estar que decorreu entre 7 e 11 de outubro, mas muitas outras ocorrerão ao longo do ano, que visam ajudar os estudantes a ultrapassar algumas das suas inquietações. Contaremos com debates, ações de formação e sessões de mindfulness, mas também a construção de espaços e a promoção de fóruns que convidem ao convívio, à reflexão, à partilha e ao exercício físico. Porque tanto os indivíduos, como as instituições, devem ser considerados holisticamente e a este esforço conjunto não é também alheia a recente criação de uma comunidade de prática em inovação pedagógica, o estreitamento de laços com os potenciais empregadores dos nossos estudantes e com os nossos ex-alunos. Acreditamos que é criando um ambiente fértil em experiências científicas, culturais e interpessoais; é fomentando o debate construtivo sobre as questões que nos preocupam e é enriquecendo-nos com ideias de diferentes proveniências que construiremos uma Faculdade onde o processo de ensino-aprendizagem é cada vez mais eficiente e que propicia o desenvolvimento científico, tecnológico e humano.
Outubro 2024