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Um laboratório vivo para melhorar a qualidade das águas subterrâneas

02-05-2024

A água é um recurso cada vez mais importante, sendo a sua utilização e aproveitamento um dos temas que têm estado constantemente na agenda política europeia.

Em 2015, os Estados-membros das Nações Unidas definiram a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, destacando, nos objetivos a alcançar, a importância de garantir a disponibilidade e a gestão sustentável da água potável e do saneamento para todos (ODS 6).

É inegável que as alterações climáticas têm vindo a criar ainda mais dificuldades no acesso à água. As notícias nacionais e internacionais dão conta de um número, cada vez maior, da incidência de inundações e secas em vários pontos do planeta. Com o projeto MAR2PROTECT, que a NOVA FCT coordena, pretende-se desenvolver uma nova ferramenta digital de Inteligência Artificial para prevenir este impacto das alterações climáticas
e das alterações globais provocadas pela atividade humana na contaminação das águas subterrâneas. Esta ferramenta recebe informação em tempo real dos sensores colocados em locais de risco onde as tecnologias desenvolvidas estão a ser implementadas.

O projeto, liderado por Ana B. Pereiro e João M. M. Araújo, do Laboratório Associado para a Química Verde (LAQV-REQUIMTE), já vai no seu segundo ano e dinamizou recentemente o primeiro workshop do LivingLab Firelas para identificar formas adequadas de gerir a água e poluentes emergentes.

O que é um LivingLab? 

Um LivingLab é um grupo de trabalho, que coloca investigadores e outras partes interessadas (autoridades, indústria, investigadores e sociedade civil) no centro do processo de inovação para desenvolver abordagens sustentáveis. Esta metodologia oferece a oportunidade de combinar os conhecimentos das várias partes interessadas com o know-how local e científico. Destas sinergias, resulta a identificação de formas adequadas de gestão da água e dos poluentes emergentes, como PFAS e produtos farmacêuticos, contribuindo para aumentar a qualidade da água que, por sua vez, poderia ser usada para Recarga artificial de Aquíferos no futuro.

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA), a Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), a Câmara Minicipal de Loures, a Câmara Municipal de Lisboa, a Câmara Municipal de Almada, a Lisboa E-NOVA, o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), o Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE), a Associação Portuguesa de Empresas de Tecnologias Ambientais (Apemeta), Águas do Tejo Atlântico e Aquapor estiveram presentes no primeiro workshop deste LivingLab.

O encontro teve como objetivo discutir a gestão da água subterrânea em Portugal e a nível Europeu, de forma a garantir a sustentabilidade em
termos económicos, ambientais e sociais da abordagem do projeto. Foram abordados vários casos de sucesso e os desafios desta área, e foram definidos os próximos passos deste LivingLab. O seguinte workshop será realizado com o intuito de obter opiniões das partes interessadas acerca das tecnologias desenvolvidas no projeto, bem como co-criar as atividades de sensibilização da sociedade civil para este importante tema.

Há já sete projetos-pilotos a decorrer em Katwijk, Países Baixos; Nabeul, Tunísia; Frielas, Portugal; Emilia-Romagna, Itália; Cape Flats, Africa do Sul; Marbella, Espanha e Rio Lima, Portugal.

O projeto arrancou em dezembro de 2022 e terá uma duração de quatro anos. É financiado pelo programa Horizonte Europa, com um custo total de 4.143.681,25 euros. O MAR2PROTECT dará início a uma nova geração de Gestão de Recarga de Aquíferos (MAR, do Inglês Managed Aquifer Recharge) que envolve as partes interessadas e melhora a qualidade e a quantidade das águas subterrâneas. O consórcio engloba 11 parceiros de sete países.

O Subdiretor para o Conselho Científico da NOVA FCT  abre a sessão.

 

Um dos momentos de partilha do encontro.

Um dos exercícios propostos.

Momento de trabalho em grupo.