04-12-2023
Ana Rita Grosso, investigadora da NOVA FCT e líder do Computational Multi-Omics Lab da UCIBIO, integra consórcio que acaba de receber uma subvenção excecional de quase um milhão de euros através do concurso CaixaResearch Health 2023. A equipa multidisciplinar é liderada por Elisa Espinet (IDIBELL), e ainda conta com Meritxell Rovira (IDIBELL), e Patricia Sancho (IIS Aragón). Juntos estudarão as características das células que dão origem aos tumores mais agressivos do cancro do pâncreas.
O adenocarcinoma ductal pancreático (ADP) é o tipo de tumor pancreático mais frequente e o cancro com pior prognóstico, com uma sobrevivência de cinco anos inferior a 10%. Até à data, não existem métodos de deteção precoce nem tratamentos eficazes disponíveis. Por esta razão, infelizmente, o diagnóstico é normalmente feito quando a doença já se encontra em estado avançado, o que impossibilita a remoção do tumor através de cirurgia, que é atualmente o único tratamento eficaz que existe.
A equipa de investigadores observou recentemente que as células ductais apresentam uma heterogeneidade mais acentuada do que se pensava inicialmente, com cada população de células a apresentar características específicas. Com o objetivo de analisar o comportamento individual de cada tipo de célula, o estudo irá analisar a sua capacidade de desenvolver tumores em ratinhos. Este desenvolvimento tumoral será caracterizado através de diferentes abordagens, incluindo a sequenciação em larga escala. Estes resultados serão posteriormente combinados com a informação clínica disponível dos doentes, permitindo a identificação de novos biomarcadores e alvos terapêuticos. "Esperamos que os resultados ajudem a fazer um diagnóstico mais precoce e a conceber medicamentos mais eficazes no âmbito das terapias personalizadas", concluem os investigadores.
