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Nova espécie de réptil voador encontrada na costa do deserto de Angola

09-11-2022

Um grupo internacional de cientistas descreveu os primeiros restos de pterossauros de Angola, procedentes dos depósitos marinhos de 68 milhões de anos na costa da província do Namibe.

Longe de ser um animal completo, catorze ossos de asas foram recuperados, mas foi o suficiente para os cientistas confirmarem que é uma espécie nova para a Ciência. Esta espécie, com uma envergadura de aproximadamente 4,5 metros, foi nomeada usando a língua local Nhaneca: Epapatelo otyikokolo que significa “lagarto alado”. “Lagarto alado” também é o significado de “pterossauro”.

A orientação do estudo foi conduzida por Octávio Mateus, professor e investigador da NOVA School of Science and Technology | FCT NOVA, que encontrou e recolheu parte dos espécimes. O material foi tema da dissertação de Alexandra Fernandes, agora no Museu de paleontologia de Munique, Alemanha e primeira autora do estudo, para o Mestrado em Paleontologia da Universidade NOVA de Lisboa e da Universidade de Évora. Outros autores do estudo incluem Louis Jacobs e Michael Polcyn, da Southern Methodist University nos EUA; Andrés Brian, da Universidade de Sheffield no Reino Unido e Olímpio Gonçalves, da Universidade Agostinho Neto em Angola.

Os fósseis foram preparados nos laboratórios da FCT NOVA e do Museu da Lourinhã. Um dos fósseis pode ser visitado no Museu da Lourinhã antes de regressar a Angola.

O estudo, publicado na revista Diversity, também reconheceu um novo grupo de pterossauros do Cretácico, chamado Aponyctosauria.

Os pterossauros do Cretácico Superior são raros na África Subsaariana e em todo o Hemisfério Sul. Este conjunto fóssil fornece um primeiro vislumbre da paleobiodiversidade dos pterossauros angolanos, fornecendo mais informações sobre os ecossistemas da Gondwana do Cretácico Superior.