03-09-2019
Entre julho de 2017 e maio de 2018, procedeu-se pela primeira vez à avaliação dos níveis de concentração de partículas ultrafinas (UFP) presentes no ar nas imediações do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa. O estudo, desenvolvido no Departamento de Ciências e Engenharia do Ambiente (DCEA) da FCT NOVA e no Centro de Investigação CENSE, conclui que pessoas que trabalham, vivem ou passam uma quantidade considerável de tempo perto do aeroporto estão expostas a elevadas concentrações de UFP, o que constitui à partida um risco considerável para a sua saúde.
A Rede de Monitorização da Qualidade do Ar (RMQA) ainda não impõe limites de UFPs, cuja dimensão é 700 vezes menor que a de um fio de cabelo, embora as evidências apontem para a sua influência no agravamento da saúde. A entrada da UFP no corpo humano dá-se por três vias (respiratória, dérmica e ingestão) e, devido à sua dimensão, rapidamente atingem a corrente sanguínea e alcançam todos os órgãos. A exposição prolongada às UFP pode induzir ou agravar a saúde pulmonar e cardiorrespiratória, estando associada ao aumento de taxas de hospitalização e mortalidade, particularmente devido ao cancro do pulmão. Mesmo a exposição de curta duração tem-se provado maléfica para a saúde. As UFP também têm sido associadas a doenças neurológicas e a problemas no desenvolvimento fetal e cognitivo das crianças. Os estudos ainda não são conclusivos, por serem tão recentes, mas indicam uma séria necessidade de monitorização.
Este estudo inovador, publicado em setembro deste ano na revista científica "Atmospheric Pollution Research", aponta que as concentrações de partículas ultrafinas são 18 a 26 vezes mais elevadas em áreas influenciadas pelos movimentos aéreos. O caso do aeroporto de Lisboa ganha maior relevância devido à sua localização: dentro do centro da cidade, rodeado de serviços, residências, empresas e áreas de lazer, escolas, hospitais, entre outros.
Esta investigação está associada à tese de doutoramento de Margarida Lopes, no Programa de Doutoramento em Ambiente e Sustentabilidade da FCT NOVA, com orientação de Francisco Ferreira, Professor e Investigador do DCEA.
Na imprensa
"Aviões da Portela estão a afectar “fortemente” a qualidade do ar" (Público)
"Partículas ultrafinas dos aviões fazem mal à saúde" (Diária Notícias)
"Aviões estão a afetar “fortemente” a qualidade do ar em Lisboa" (NIT)
"Poluição. Estudo encontra partículas ultrafinas à volta do aeroporto de Lisboa" (TSF)
"Partículas causadas por aviões afetam qualidade do ar perto do aeroporto" (Notícias ao Minuto)
"Qualidade do ar perto do aeroporto de Lisboa afetada por partículas tóxicas" (Jornal de Notícias)
"Qualidade do ar junto ao aeroporto de Lisboa afetada por partículas ultrafinas" (Renascença)
"Partículas ultrafinas dos aviões afetam qualidade do ar perto do aeroporto" (ECO)
"Ar que se respira junto ao aeroporto de Lisboa «é muito mau»"(Tvi24)
"Partículas ultrafinas causadas por aviões afetam qualidade do ar perto do aeroporto"(Expresso)
"Partículas ultrafinas causadas por aviões afetam qualidade do ar perto do aeroporto de Lisboa"(RTP)
"Aeroporto de Lisboa. OMS está “atenta” aos níveis elevados de partículas nocivas"(RTP)
"Partículas ultrafinas causadas por aviões afetam qualidade do ar perto do aeroporto" (Cidade FM)
"Aviões estão a afetar a qualidade do ar em Lisboa" (Pontos de vista)
"Partículas ultrafinas tóxicas poluem ar na zona do aeroporto de Lisboa" (Recordtv)
"Partículas ultrafinas dos aviões afectam o ar de Lisboa" (Avante)