02-12-2016
Alexandre Carvalho, coorientado por Elvira Fortunato, conquista Prémio da Gulbenkian.
O grafeno já foi apelidado como a primeira maravilha do século XXI e o uso de todas as suas extraordinárias propriedades é um imenso campo de potencialidades. Na Universidade de Aveiro (UA), o investigador do Departamento de Física Alexandre Carvalho quer pegar nas fantásticas propriedades eletromecânicas do grafeno e desenvolver transdutores muito mais eficientes do que os atuais. O projeto acaba de ser premiado na edição de 2016 do Programa de Estímulo à Investigação da Fundação Calouste Gulbenkian para a área da Física.
“A distinção com este prémio vem valorizar o tema que escolhi para desenvolver a minha tese de doutoramento”, congratula-se Alexandre Carvalho, mestre em Engenharia Física pela UA em 2015 e, atualmente, estudante do Programa Doutoral em Física Aplicada e Engenharia Física (DAEPHYS) lecionado em parceria pelas universidades de Aveiro, Coimbra e Universidade de Lisboa e Universidade Nova de Lisboa. “É com grande gratidão e orgulho que aceito este prémio, esperando que o financiamento [uma bolsa de 10 mil euros] contribua para novos desenvolvimentos no domínio dos dispositivos eletromecânicos à base deste material único”, diz.
Este projeto surge no âmbito do plano de trabalhos do doutoramento orientado por Florinda Costa, professora da UA, e coorientado por Elvira Fortunato, professora da FCT NOVA. A proposta premiada, explica o jovem investigador, “prevê a síntese e caraterização do grafeno por várias técnicas, o desenvolvimento dos dispositivos sensores e atuadores e a avaliação da sua performance”. O trabalho de Alexandre Carvalho será desenvolvido nos laboratórios do I3N – Instituto de Nanoestruturas, Nanomodelação e Nanofabricação da UA, em particular no laboratório de CVD-Diamante a cargo de António José Fernandes, sendo a microfabricação dos dispositivos realizada nos laboratórios do CENIMAT-I3N.
Os novos sensores a desenvolver por Alexandre Carvalho pretendem ser mais sensíveis e capazes de integrar futuros dispositivos da “internet-of-things, onde a capacidade de interagir com o meio é fundamental. Estes dispositivos terão por base grafeno produzido por CVD ou por síntese direta por laser (DLS), explorando diferentes mecanismos de transdução eletromecânica.