FCT NOVA pioneira em Portugal com 6 Bolsas European Research Council

20-03-2017

FCT NOVA pioneira em Portugal com 6 Bolsas European Research Council

Em 2017, o European Research Council (ERC) comemora 10 anos. A atividade fundamental do Conselho Europeu de Investigação tem sido a de disponibilizar financiamento atrativo e de longo prazo a investigadores notáveis, bem como às suas equipas, cujo trabalho de investigação tem características disruptivas e de grande impacto.

A FCT NOVA conta com 5 Bolsas ERC num horizonte de 10 anos onde mostra ser uma Escola de Ciência e Engenharia baseada em investigação internacional de vanguarda. Poder-se-á afirmar que a FCT NOVA reúne as condições necessárias e os estímulos para o desenvolvimento de investigadores de renome nacional e internacional. 

A comemoração do ERC juntou várias instituições de I&D e outras entidades na “Semana do ERC”. A FCT NOVA, à qual pertence a cientista que recebeu a primeira bolsa ERC em Portugal, apresentou os rostos da sua investigação de topo:

Elvira Fortunato, foi a primeira cientista portuguesa a ser distinguida com o 1.º prémio do European Research Council (ERC), bolsa atribuída em 2008, ao projeto intitulado "Invisible", que propunha a fabricação de transístores e circuitos integrados transparentes, usando óxidos semicondutores, uma ideia arrojada e inovadora a nível mundial. A bolsa, no valor de 2,25 milhões de euros, foi a mais avultada quantia alguma vez atribuída a um investigador português e foi investida no laboratório que dirige, desde 1998, o Centro de Investigação de Materiais - CENIMAT.

Em 2014, Cecília Roque ganhou uma ERC Starting Grant de 1,5 milhões de euros, para o “Hybrid Gels for Rapid Microbial Detection”. Ao longo de 5 anos a investigadora vai estudar como detectar e identificar microrganismos de uma forma rápida e não invasiva através dos odores que libertam.

No ano seguinte, Isabel Ferreira obteve uma Bolsa ERC Consolidator Grant, para o projecto "Integration of capacitor, thermoeletrics and photovoltaic thin films for efficient energy conversion and storage- CapTherPV". O projecto visa o desenvolvimento de um projecto que integrava condensadores, termoelétricos e fotovoltaicos de filme fino num único dispositivo.

Também em 2015, Luís Pereira ganha uma ERC Starting Grant para o projecto “New era of printed paper electronics based on advanced functional celulose – NewFun”. O projecto permitirá desenvolver novos nanocompósitos de celulose e óxidos para aplicação em dispositivos electrónicos. “Um dos desafios em criar “electrónica” em papel passa pelos materiais que são usados como semicondutores (normalmente orgânicos), que requerem passivação dos substratos antes da sua deposição e camadas de encapsulamento, o que dilui a vantagem de usar o papel como substrato”, explica o investigador.

Em 2016, Pedro Barquinha obteve uma ERC Starting Grant para o projeto “TREND - Transparent and flexible electronics with embedded energy harvesting based on oxide nanowire devices”. Este projeto pretende criar superfícies flexíveis e transparentes verdadeiramente inteligentes, com capacidade de processamento de informação e auto-alimentadas. Tal será feito usando nanocircuitos baseados em nanofios de óxidos multicompostos, partindo de materiais sustentáveis e recicláveis, com processamento a baixa temperatura e compatível com produção em larga escala.

Ana Rita Duarte, em 2017, obteve uma Consolidator Grant de 2 milhões de euros para o projecto "Des.Solve: when solids become liquids - natural deep eutectic solvents for chemical process engineering". Este projecto pretende responder a questões do tipo: como podem misturas de compostos naturais como açúcares, aminoácidos ou ácidos orgânicos serem vistos como solventes alternativos em engenharia química?  

Cerca de 7.000 investigadores de topo têm sido apoiados pelo programa de bolsas ERC ao longo dos seus 10 anos, proporcionando avanços na fronteira do conhecimento e estabelecendo um horizonte inspirador para investigação de ponta na Europa, nas várias áreas da ciência. O objetivo das ERC, em 2007, foi capacitar a Europa com investigadores notáveis, promovendo a excelência da investigação e o constante desafio para encontrar novas soluções que pudessem transformar a realidades nos dias de hoje.