11-04-2014
O território de Portugal continental encontra-se sob o efeito de um evento natural de poeiras, originárias dos desertos do norte de África, em particular das regiões da Tunísia e da Argélia. Esta situação, associada à ocorrência de precipitação, que se prevê fraca nas regiões norte e centro, torna-se facilmente identificável por exemplo através dos resíduos que se acumulam sobre os veículos automóveis.
A ocorrência deste evento teve como origem uma configuração sinóptica favorável à canalização das poeiras sobre o nosso território com um centro de altas pressões localizado sobre a Líbia e uma depressão a sudoeste de Portugal. Este fenómeno natural teve início a 8 de Abril e prevê-se que se prolongue durante o fim-de-semana. As condições meteorológicas de vento fraco não estão a contribuir para uma boa dispersão de poluentes à superfície.
As concentrações dos poluentes atmosféricos ainda não atingiram valores muito elevados, mas a persistência deste fenómeno pode agravar a qualidade do ar ao longo do dia, principalmente na faixa interior de Portugal continental.
Os eventos de poeiras levam à degradação da qualidade do ar que respiramos e como tal exigem alguns cuidados, mais relevantes para quem já tem alguma debilidade respiratória. Face à possível deterioração da qualidade do ar recomenda-se que a população reduza os esforços prolongados e efetuados ao ar livre, principalmente no que diz respeito a crianças, idosos e doentes do foro respiratório ou cardíaco. Os doentes do foro respiratório e cardiovascular devem ainda respeitar os tratamentos médicos em curso ou recorrer a cuidados médicos extra, em caso de agravamento de sintomas.
O Departamento de Ciências e Engenharia do Ambiente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (DCEA-FCT/UNL) efetua diariamente o acompanhamento da ocorrência deste tipo de evento natural, divulgando os resultados pelas entidades gestoras da qualidade do ar, tais como, a Agência Portuguesa do Ambiente e as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional. É possível acompanhar a evolução das concentrações de partículas em suspensão medidas em estações de monitorização em http://qualar.apambiente.pt/, bem como da previsão da evolução do evento em http://www.apambiente.pt/, e da previsão do índice da qualidade do ar em http://www.prevqualar.org.
